Paro; Olho; reflito; busco a inspiração em fazer inspirar a noite
O céu enluarado com nuvens negras
É como um espetáculo prestes a começar.
As estrelas, feito bailarinas, se intercalam numa melodia harmônica
Sem perder nunca, o brilho.
A majestade enluarada traz a cada contador de histórias,
A cada escritor, poeta, músico, compositor, apaixonado;
Artista.
O desejo de escrever ao rever a lua é iminente e rápido
Penso em pensar para escrever, mas quando me dou por mim
Já estou escrevendo.
Olhar a lua é uma paixão sem reticências
É tão malvada que às vezes se esconde para nos observar,
Tendo a intenção de rir, quando, assim, não temos o que escrever!
Ó lua de tantas paixões! De tantas gerações e tradições!
De traduzir e tramar medos.
De buscar os segredos mais profundos, as rimas mais virguladas.
De trazer à tona na noite, o artista!
Se fores cheia assim para todo sempre,
Hei de morrer como um Ícaro às avessas,
Buscando pela tua limpidez sublime
E só assim me bastará.
Um violão, um papel, uma caneta
Um banco na calçada e um copo d’água:
Quem sabe hoje é meu dia de sorte?